Pesquisas várias, opiniões e notícias longínquas, atribuem a meados do século XIX e à cidade de Tavira os últimos festejos e culto em louvor ao Divino Espírito Santo de que parece haver conhecimento no Algarve.
Quase século e meio após o “desaparecimento” desta vivência, a Casa dos Açores tomou o firme propósito de assumir a plena responsabilidade do resgate e preservação deste culto e festejos no extremo sul do continente português e, desde então, ano após ano, esta sã realidade que o povo açoriano como fiel depositário por quase todo o mundo partilha, tem sido transmitida e vivida pela comunidade açoriana e simultaneamente pela atenta comunidade desta região de acolhimento.
De facto, a 9 de junho de 1996, foi dado o início ao “Ciclo das Nove Ilhas no Culto e Festejos ao Divino Espírito Santo”, ao qual todas as ilhas dos Açores foram “trazidas” na espécie da carne, do vinho, do pão, da massa sovada e dos cozinheiros responsáveis pela genuína confeção das “sopas”, na autenticidade de cada uma das ilhas representadas.
Coroas e Bandeiras do Divino vindas dos Açores, sem excluir filarmónicas também açorianas, ofertaram por estas terras algarvias, em cadenciado passo próprio da circunstância, o Hino do Divino e a alegria plena desta secular tradição.
Cortejos surpreenderam e engalanaram vilas e cidades do Algarve e genuínos foliões que os Açores referenciam, trouxeram também importantíssimo contributo, quanto ao garante da veracidade da Festa.
A missa com coroação, sempre emoldurada por templos repletos de fieis expectantes e atentos ao desenrolar de um cerimonial próprio e único, firma o maior e mais significativo momento vivido e alicerçado de inabalável fé, enquanto cânticos entoados por ensaiadas vozes são ouvidos em simultâneo acompanhamento de indispensável órgão. A Coroação, auge de toda a cerimónia, desperta o entoar de “Veni, Creator Spiritus”. Ainda no Templo, e no desenrolar de cerimonial apropriado, filarmónicas e foliões anunciam a respetiva presença, no vínculo da correspondente atribuição.
Este importante resgate é marco único na diáspora açórica, referenciado com ênfase em órgãos de comunicação social, difundido em notícias e matéria parcial em tese de doutoramento na conceituada Universidade de Salamanca, na vizinha Espanha.
Porém, mais que tudo isso, “O Ciclo das Nove Ilhas no Culto e Festejos ao Divino Espírito Santo” assume a plena retribuição ao Algarve da dádiva que os primeiros povoadores ofertaram às ilhas dos Açores e que os açorianos de todo o mundo entenderam assumir o resgate.
Volvidos quase vinte anos, o Culto ao Divino, envolvendo Açores e Algarve, traduz todo um manifesto abraço fruto da partilha vivida e assim distribuída:
1996 – Concelho de Vila do Porto – Festividade em Faro
1997 – Concelho de Angra do Heroísmo – Festividade em Faro
1998 – Concelho da Horta – Festividade em Faro
1999 – Concelhos Madalena/S. Roque/Lages – Festividade em Tavira
2000 – Concelhos Velas/Calheta – Festividade em Loulé
2001 – Concelhos Sta. Cruz/Lajes – Flores
Corvo – Festividades em Albufeira
2002 – Concelho de Sta. Cruz – Graciosa – Festividade em Lagos
2003 – Concelhos Ribeira Grande/Povoação/
Nordeste – Festividade em Faro
2004 – Concelho da Praia da Vitória – Festividade em Faro
2005 – Concelho de Vila do Porto – Festividade em Faro
2006 – Concelho da Horta – Festividade em Faro
2007 – Concelho de Angra do Heroísmo – Festividade em Faro
2008 – Concelho de Lagoa (Açores) – Festividade em Lagoa (Algarve)
2009 – Concelho de Lajes – Flores – Festividade em Faro
2010 – Concelho de Sta Cruz – Graciosa – Festividade em Faro
2011 – Festividade em S, Bartolomeu de Messines
2012 – Festividade em S. Bartolomeu de Messines
Festividade em Faro
Festividade em Tavira
2013 – Festividade em S. Bartolomeu de Messines
2014 – Festividade em S, Bartolomeu de Messines