Irmandade do Divino Espírito Santo do Monte

Festa com 114 anos
País: Portugal
Região: Açores
Local: Flores
Concelho: S. C. das Flores
Morada: Monte de Santa Cruz das Flores 9970-265 Santa Cruz das Flores
Telefone: 000000000
E-mail: imperiodomonte@outlook.pt
Ano da Fundação: 1910
Festa proposta por:
Nome: Irmandade do Divino Espírito Santo do Monte

A Irmandade do Divino Espírito Santo do Monte, Concelho de Santa Cruz das Flores, concluiu a construção do seu Império no ano de 1910.
A responsabilidade da organização da Festa é da Comissão de Festas, também conhecida por Cabeças da Irmandade, Irmãos que são sorteados, na Coroa, em cada ano, para o efeito. Começam por reunir-se a fim de marcar o dia de “Assentar a Irmandade”, que se realizava no passado, num Domingo do mês de Outubro, altura em que havia abundância de milho, cereal que cada Irmão oferecia, e que depois de debulhado era leiloado, revertendo a receita a favor das festas. Os Irmãos que não possuíam tão precioso bem ofereciam o que as suas possibilidade o permitiam. Este hábito foi-se perdendo e hoje a cerimónia de “Assentar a Irmandade” já é feita muitas vezes durante as Semanas do Espírito Santo. A Coroa, levada por convidado para o efeito a quem se chama Rei da Coroa visita toda a Irmandade. Todas as portas se abrem, todos beijam a Coroa e o Cabeça da Irmandade que a acompanha. O Rei da Coroa toma nota do número de “irmãos de carne” que cada Irmão da Irmandade pretende receber no Sábado que antecede o Domingo de Pentecostes.
No sábado que antecede a semana da festa, os Cabeças da Irmandade preparam o Império com as melhores flores para o Altar que irá receber as Coroas. Durante a semana reza-se o terço e na quinta-feira canta-se a Alvorada. Na sexta-feira há o partir da carne para os Irmãos de Carne e a benção da carne pelo Pároco. Concluído o partir da carne, é oferecida uma bebida acompanhada de iscas de carne e fígado e outros petiscos.
No sábado pelas sete horas da manhã, os irmãos começam a fazer a recolha da carne e , cerca de três horas depois, saem as Coroas acompanhadas pelos Cabeças para visitar os Irmãos. Nas casas dos Reis das Coroas, Alferes das Bandeiras, Cabeças e Mordomo da Irmandade, é criado um altar onde são colocadas as coroas, pois é tradição os Foliões cantarem a “Alvorada – Esta Casa é Santa”. Este é um momento de muita emoção.
Ao cair da tarde, é feito o cortejo de recolha das “ofertas de massa” e das “brindeiras” que serão distribuídas às crianças na Segunda-Feira do Espírito Santo.
O Domingo começa cedo para os cozinheiros que têm a seu cuidado a confecção das Sopas. As tarefas começam pelas duas horas da manhã com o lavar da carne e a colocação nos tachos onde se juntam os temperos.
À hora indicada pela Comissão de Festas, reúnem-se no adro do Império os convidados para levarem as Insígnias, os Foliões e todos os que se queiram juntar para a Procissão até à igreja Matriz, em Santa Cruz. As Insígnias são constituídas de três Coroas e cinco Bandeiras. Ao chegar da Igreja todos têm lugar nas mesas já preparadas para servirem-se as Sopas do Espírito Santo. Após a refeição, os Foliões cantam o “Levantar as Mesas”.
No Domingo ao cair da tarde os Irmãos voltam a reunir-se para celebrar o “Dispender do Império”. Acendem-se as velas, os Cabeças da Irmandade e os Reis das Coroas tomam o seu lugar em frente ao Altar, voltados para os Irmãos que entretanto formaram duas filas ao longo da “Casa”, sendo cada um portador de uma vela. Em frente ao Altar é colocado um cesto, devidamente preparado para o efeito, contendo pequenas fatias de pão de água, o chamado “Pão da Vitória”, que segundo a crença não abolorece. Os Foliões dão início à cerimónia com o cântico “Ao Dispender o Império”. Durante a cerimónia, e em momento próprio, os Irmãos saem à rua pela porta mais afastada do Altar, mantendo sempre organizadas as filas, e regressam ao interior do edifício pela outra porta, retomando os seus lugares. Depois os Irmãos, dois a dois, vão junto das Coroas, levantam uma das pequenas fatias do pão, beijando-a, assim como às Coroas, regressando aos seus lugares sem virar as costas ao Altar.
Na Segunda-Feira, ao entardecer, os irmãos voltam a reunir-se para a cerimónia das Sortes das Semanas e Cabeças da Irmandade. Os Irmãos que ao longo do ano se foram inscrevendo para as Sortes, organizam-se em filas, à semelhança do Dispender do Império. Em frente ao Altar também se encontram os Cabeças e os Reis das Coroas. Os Foliões entoam o cântico “Ao Tirar as Sortes” e os Irmãos, dois a dois, retiram das Coroas o bilhete contende o número a que corresponderá a Semana da Coroa no ano seguinte. Findo o período das Sortes um dos Cabeças coloca dentro da Coroa dois bilhetes contendo os nomes dos Irmãos que farão parte da Comissão de Festas para o ano seguinte e os Foliões entoam o cântico “Cabeças de Irmandade”. No fim do cântico é chamada uma criança para tirar um dos bilhetes e é lida a lista sorteada e dado uns toques mais fortes no tambor acompanhados da expressão “Viva o Senhor Espírito Santo”. É também lida a lista não sorteada.
Posteriormente passa-se à distribuição das brindeiras, com o cântico “Convidai os Inocentes”.
Ao longo dos três dias de festa fazem-se as arrematações e há baile abrilhantado por conjuntos musicais. Na tasca não faltam os bons petiscos. Cozinham-se as línguas, as dobradas, as iscas de carne e de fígado e as favas guisadas.
Esta é uma festa de grande emoção e aguardada por muitos. Faz parte da alma dos Açorianos e todos se esforçam para prestar homenagem e louvor ao Divino Espírito Santo. Todos reúnem-se em festa e esquecem os conflitos e as rivalidades existentes, trabalhando em prol da união e do Espírito Santo.
Viva o Senhor Espírito Santo!


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