Festa do Divino Espírito Santo do Estreito

País: Brasil
Região: Santa Catarina
Local: FLORIANÓPOLIS
Morada: Rua Souza Dutra, 442, CEP 88070-600 – Estreito (Santuário Nossa Senhora de Fátima)
Telefone: 55+048-9122-1774 / 9617-3687 / 9123-4812 / 3348-7049
E-mail: frutasconradi@hotmail.com
Festa proposta por:
Nome: Casa dos Açores Ilha de Santa Catarina - CAISC
E-mail: caisc.ilha@gmail.com

Na parte continental do mu­nicípio de Florianópolis, lo­calizada na direção oeste da Ilha de Santa Catarina, situa-se o populoso Sub Distrito do Estreito abrigando, apro­ximadamente, uma população de 140 mil ha­bitantes.

A sua história fala da presença dos índios Carijó, existentes em grande número, aí en­contrados por Sebastião Caboto, aquando da sua permanência na parte insular da Baía Sul, no ano de 1526. Em 1666, desbravadores portugueses e vicentistas ocu­param a região continental. No século XVIII, chegaram os açorianos e foram estabelecidos no caminho para a Freguesia de São José da Terra Firme, nos pontos fronteiriços à Ilha.

O lugar antes Arraial de Santa Cruz do Estreito, Pas­sagem do Estreito, João Pessoa e, finalmente, Estreito, desenvolveu no passado, ati­vidades agrícolas, pesqueiras e de  produ­ção com as suas olarias, alambiques, engenhos, atafonas, curtumes e teares. O estabelecimento dos primeiros núcleos de colonos alemães na região, no século XIX, constitui mais um fa­tor de desenvolvimento da Província.

Muito difere da antiga imagem que, no passado, o definiu como ponto de pas­sagem ou de hospedagem de viajantes que demandavam a sede do governo e apenas aguardavam o transporte ou condições cli­máticas para fazer a travessia do canal em direção à Ilha-Capital.

A Festa do Divino Espírito Santo, até à década de 50 do século passado, integrava as comemorações da cidade de São José. Os foliões e a Bandeira do Divino eram vistos por todo o bairro do Estreito coletan­do óbolos para a festa de São José.

A primeira Festa do Divino do Estreito aconteceu em maio de 1955, na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora de Fátima e Santa Teresinha do Menino Jesus. Foram escolhidos para Casal Imperador Manoel Alfredo Barbo­sa e sua mulher Maria das Dores Ávila Barbo­sa. O casal foi sorteado entre doze candidatos por uma criança que, tendo uma pombinha de prata nas mãos, colocou o biquinho da ave sobre o cartão que tinha o nome dos escolhidos gravado. Esta forma de sorteio continua nos dias atuais, agora pelas mãos de uma criança que integra a Corte Imperial.

As primeiras Festas caracterizavam-se pela visita da Bandeira do Divino, novenas preparatórias, solene celebração litúrgica da missa, com entoação do Te Deum, procissão do cortejo imperial, coroação do menino-im­perador, retretas das bandas musicais, bar­raquinhas e leilões no largo da Igreja Ma­triz. Uma programação que se desenrolava a partir da sexta-feira à noite até ao domingo, quando era anunciado o novo Casal Impera­dor.

A Festa do Divino Espírito Santo é, atualmente, a manifestação religiosa mais importante do Estreito. Uma Comissão de Festeiros junto com o Casal Imperador é responsável pela organização e preparação do festejo. Promoções religiosas e sociais são realiza­das ao longo do ano, não apenas para anga­riar fundos como também para incentivar a participação da comunidade a for­talecer a tradição.

A Comissão de Festeiros é formada por um grupo de casais, denominados Casais Festeiros que foram indicados pela comissão do ano anterior e são coadjutores do Casal Imperador no planeamento, organização e execução de toda programação litúrgica e dos festejos populares.

O Casal Imperador é escolhido entre os nomes indicados pela Comissão de Festeiros e a comunidade em concordância com o pá­roco. O sorteio segue o ritual da primeira Festa realizada em 1955.

A Visita da Bandeira assinala o início do Ci­clo do Divino no Estreito cuja festa começa uma semana antes do domingo de Pentecostes para não coincidir com as festas que se realizam na Ilha de Santa Catarina (Florianópolis e Ribei­rão da Ilha) e no continente, na região da Gran­de Florianópolis. Até há bem pouco tempo atrás, o périplo da Bandeira era realizado por um ab­negado grupo de voluntárias, lideradas por Dona Maria Portuguesa, que percorria toda a jurisdição da Paróquia visitando casas e coletando ofertas. Ao todo saíam quatro Bandeiras Peditórias. Che­gavam às residências, sem foliões ou música, pediam licença para entrar, passavam a ban­deira pelos quartos da casa, rezavam orações do Espírito Santo e recolhiam as prendas ou donativos em dinheiro.

No domingo de Páscoa, na missa das 19h00, os “Ministros da Bênção”, pessoas da comunidade, voluntárias que vão coordenar as equipes de Visita da Bandeira, recebem o “Envio” (a Bandeira do Divino). É comum observar-se a presença de músicos e alguns cantores entre as equipes de visita. No entanto, não se trata dos populares Foliões do Divino que, tradicionalmente, acom­panham a Bandeira e os rituais da Festa.

O Roteiro da Visita da Bandeira com­preende: a chegada e a recepção por parte da fa­mília, Oração da Bênção da Casa, Aspersão da casa com água benta, Canto ao Espírito Santo, Oração ao Espírito Santo e Oração Fi­nal. Na saída, recebem as ofertas para a fes­ta, objetos ou donativos, fitas como pagamen­to de promessas que são penduradas no mas­tro da Bandeira, agradecem as oferendas e partem para a próxima casa.

As Bandeiras do Divino são enviadas no do­mingo de Páscoa e retornam ao Santuário quando ocor­rem as Novenas Preparatórias durante nove dias antes da Festa. Cada noite retornam de duas a quatro Bandeiras, sendo que as últi­mas o fazem no terminus do dia da novena e o pri­meiro da festa, ou seja, na sexta-feira.

Na noite de sexta-feira, com a volta de todas as Ban­deiras e com o encerramento da novena, é celebrada a Missa de Abertura da festividade. Para cada noite da novena são convidados, como Padrinhos, os Casais Festeiros do ano e nove Casais Imperadores que fizeram a festa no passado.

Na Praça Nossa Senhora de Fátima, na noi­te de sexta-feira, espetáculos de danças e de gru­pos musicais assinalam o início dos festejos populares e da programação cultural que con­tam sempre com apresentações folclóricas e concertos de Banda Musical.

No sábado à noite, acontece o desfile do Cortejo Imperial pelas principais ruas da comunidade do Estreito e a coroação do Imperador. As porta-ban­deiras abrem caminho para a Corte Imperial, seguida do Casal Imperador de Casais Festeiros e de convidados em direção ao Santuário para assistirem à celebração da Missa solene em lou­vor ao Espírito Santo. Na entrada da igreja, as pessoas aguardam a chegada do cortejo em tra­jes luxuosos ricamente bordados, aplaudindo a sua passagem numa demons­tração de religiosidade popular e de respeito aos costumes tradicionais.

Na presença da Corte Imperial, formada por jovens e crianças, filhos ou parentes do Casal Imperador e dos Casais Festeiros, o sacerdote que preside a celebração litúrgica, coroa o jo­vem Imperador numa cerimónia que recorda o ato instituído pela Rainha Isabel em ação de graças ao Espírito Santo, no século XIII.

Os festejos populares, tradicionalmente contam com bar­raquinhas de co­midas e bebidas, música e sorteio de prendas e vendas de “massas de promessas”, na for­ma de partes do corpo que deram motivo ao voto. Todos os proventos da festa são destinados às obras sociais e pastorais do Santuário de Nossa Senhora de Fátima. Domingo é o último dia da Festa. Duas Missas So­lenes marcam o dia, que começa com o desfile do Cortejo Imperial pelas ruas do bairro, se­guidos de celebração de Missa festiva e elei­ção do casal Imperador do próximo ano.

Na missa de encerramento, no domingo à noite, é anunciado o nome do Casal Imperador es­colhido e é-lhe dada posse oficial, pelo que recebe das mãos do Casal Imperador do ano a Coroa e o Cetro, com a missão de dar continuidade à tradição de louvor ao Divino e de respeito ao legado cultural dos seus antepassados açorianos.

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