O Império da Festa, da freguesia de Água Retorta, concelho da Povoação, realiza a sua festa do culto ao Divino Espírito Santo no Domingo de Pentecostes. São desconhecidos a data de fundação e os seus fundadores.
Antigamente, à semelhança das festas do Império da Trindade desta mesma freguesia, as festas do Espírito Santo eram celebradas da seguinte forma:
– O mordomo da festa convidava moças para ajudarem a confecionar o pão e a massa sovada. Durante toda a semana que antecedia a festa, um salão grande era ocupado por estas moças, que lá trabalhavam, dormiam e conviviam.
No dia da matança dos animais, para a distribuição de pensões (pão e carne) pela população, estes eram enfeitados com flores e levados a percorrer as ruas da freguesia, ao toque de violas.
Após o abate, as pessoas juntavam-se para picar as carnes que seriam depois distribuídas no sábado da festa, com acompanhamento dos foliões.
Terminada a distribuição das pensões, fazia-se a “ceia” dos criadores (aquelas pessoas que ofereceram os animais para as esmolas).
O domingo era o dia de se ir em procissão para a igreja, onde era celebrada a missa festiva e se realizavam as coroações. Após este ato litúrgico, o mordomo oferecia um almoço a todos os acompanhantes, refeição onde as sopas do Espírito Santo e a massa sovada eram muito apreciadas.
Durante a festa eram enfeitados dois triatos: os chamados Triato de Baixo e o Triato de Cima. Vestido a rigor, o mordomo do Triato de Baixo visitava o Triato de Cima e vice-versa. No domingo da festa, à noite, juntavam-se as pessoas para tirarem as sortes, papeis dobrados que determinavam as “domingas” e outras dádivas que as pessoas teriam de oferecer, tais como galinhas, milho, argolas (bolos de massa sovada), entre outros.
Na segunda-feira, percorriam-se novamente as ruas para a recolha de ofertas (geralmente frutas e bolos caseiros) que à noite eram arrematados. A banda filarmónica animava toda a festa.